Acesso, participação e capital social como resultados intangíveis da prática de rádio comunitária em Ghana
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Resumo
A batalha pelo acesso à liberdade de expressão e ao fluxo de informações em Gana ocorre em um contexto de resistência popular, lutas pela libertação nacional e controle do poder, do conhecimento e da liberdade de expressão. Isso ainda ressoa no setor de transmissão de rádio de Gana. Diferentemente das abordagens dominantes de comunicação do desenvolvimento, em que os resultados da mudança se baseiam exclusivamente em indicadores quantificáveis, como a lembrança da mensagem e o engajamento, os resultados intangíveis inspirados na comunicação para a mudança social (CFSC) são mais matizados. A literatura revela ainda uma escassez de abordagens de CFSC que se concentram em "resultados intangíveis" para o desenvolvimento sustentável entre comunidades com recursos limitados em Gana. A literatura sobre o legado da CFSC em Gana é limitada, e ainda mais escassa é a aplicação da CFSC por meio da rádio comunitária (RC) em Gana. Nosso estudo explora o desenvolvimento progressivo da CFSC via CR em Gana, com foco em resultados intangíveis. Nosso artigo refletiu sobre o legado da CFSC via CR em Gana a partir de perspectivas históricas e contemporâneas. Visamos responder às seguintes perguntas: os ouvintes realmente se apropriam do conteúdo que circula na mídia de RC em meio à ameaça de padronização e quantificação excessivas dos resultados de comunicação em Gana? Como a prática da CR ofereceu uma abordagem alternativa para avaliar os resultados da comunicação e do desenvolvimento, em oposição às medidas quantitativas de mudança da mídia convencional em Gana? Este artigo defende que o legado da CFSC em Gana por meio da CR é categorizado em três resultados intangíveis: acesso ao meio, participação em suas atividades e capital social. Embora essa análise possa ser criticada por sua subjetividade, ela também deve ser reconhecida por seus resultados muitas vezes intangíveis, que geralmente têm um impacto mais significativo sobre as comunidades, e não sobre aqueles que conduzem a agenda de comunicação. Esses resultados intangíveis constroem capital social, tornando a comunicação real, às vezes confusa, mas principalmente inclusiva.
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