Tres cuerpos, la misma frontera: Perspectivas del tiempo y existencias en los desplazamientos por el sur global
Contenido principal del artículo
Resumen
Este artículo propone una reflexión sobre espacios y temporalidades a partir de la muerte de tres niños y un adulto mientras atravesaban las fronteras motivado por desplazamientos forzados. Las imágenes de los cuerpos de Alan Kurdi, Mohammed Shohayet y Angie Valeria y su padre Óscar Alberto Martínez Ramírez nos conducen a la coexistencia de espacios y temporalidades de distintas fronteras. El análisis de este artículo traspasa las fronteras de Turquía con Grecia, Myanmar con Bangladesh y los Estados Unidos con México, espacios donde ocurrieron las muertes. En ese sentido, se propone que las imágenes hagan eco sobre otras imágenes de la misma estructura que lleva a la muerte a personas que se arriesgan en busca de un lugar seguro donde vivir. Son imágenes que evocan las mismas vicisitudes a las que se enfrentan a diario quienes se desplazan de manera forzada, especialmente cuando se trata de cuerpos de sujetos del sur global y, que se reproducen dentro de una mimesis que representa los mismos tiempos y espacios, pero, también, otros cuerpos. Estas imágenes simbolizan la era de los desplazamientos forzados desde el sur global, en la que las fronteras son, en este sentido, dispositivos de control que impiden viajes seguros y que matan gente. En la contemporaneidad hay un aumento significativo de los desplazamientos forzados que, si bien son un problema global, son un fenómeno que se cataliza en el sur, tanto en relación con los países que obligan a las personas a desplazarse para convertirse en refugiados, en los países que los acogen. De esta forma, los desplazamientos forzados de los últimos años nos han traído algunas reflexiones sobre la visibilidad y las imágenes que se entrecruzan desde una territorialidad, ya sea instituida por la experiencia mediática como acontecimiento o por la experiencia de los cuerpos que inscriben sus propias narrativas y sus propias imágenes.
Citas
ACNUR, Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. (2012). Global trends forced displacement in 2011. https://www.unhcr.org/statistics/country/4fd6f87f9/unhcr-global-trends-2011.html?query=Global%20Trend%202011
ACNUR, Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. (2013). Global trends forced displacement in 2012. https://www.unhcr.org/ph/wp-content/uploads/sites/28/2017/03/GlobalTrends2012.pdf
ACNUR, Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. (2014). Global trends forced displacement in 2013. https://www.unhcr.org/ph/wp-content/uploads/sites/28/2017/03/GlobalTrends2013.pdf
ACNUR, Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. (2015). Global trends forced displacement in 2014. https://www.unhcr.org/statistics/country/556725e69/unhcr-global-trends-2014.html?query=Global%20Trends%20Forced%20Displacement
ACNUR, Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. (2016). Global trends forced displacement in 2015. https://www.unhcr.org/statistics/unhcrstats/576408cd7/unhcr-global-trends2015.html
ACNUR, Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. (2017). Global trends forced displacemente in 2016. https://www.unhcr.org/statistics/unhcrstats/5943e8a34/global-trends-forced-displacement-2016.html?query=global%20trends%202017
ACNUR, Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. (2018). Global trends forced displacemente in 2017. https://www.unhcr.org/statistics/unhcrstats/5b27be547/unhcr-global-trends-2017.html?query=global%20trends%202017
ACNUR, Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. (2019). Global trends forced displacement in 2018. https://www.unhcr.org/5d08d7ee7.pdf
ACNUR, Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. (2020). Global trends forced displacement in 2019. Disponível em https://www.unhcr.org/5ee200e37.pdf
ACNUR, Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. (2021). Global trends forced displacement in 2020. https://www.unhcr.org/60b638e37/unhcr-global-trends-2020
ACNUR, Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (28 de fevereiro de 2023). Rohingya. https://www.acnur.org/portugues/rohingya/
Albuquerque, D. M. de. (1999). A invenção do Nordeste e outras artes. Cortez.
Bálsamo, P. U. (2019). Migrações e refúgio: definições legais e negociações locais de viajantes clandestinos ou polizones. In: Navia, A. F., Hamid, S. C.. Pessoas em movimento: práticas de gestão, categorias de direito e agências. Fundação Casa Rui Barbosa, 7Letras.
Bosi, A. (1997). O ser e o tempo da poesia. Cultrix.
Davis, R. (2021). Essential Readings on Refugees and Forced Displacement.
https://www.jadaliyya.com/Details/43074/Essential-Readings-on-Refugees-and-Forced-Displacement
G1, (26 de junho de 2019). A trágica história por trás da foto de pai e filha afogados ao tentar cruzar fronteira dos EUA. G1. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/06/26/a-tragica-historia-por-tras-da-foto-de-pai-e-filha-afogados-ao-tentar-cruzar-fronteira-dos-eua.ghtml
Kristeva, J. (1994). Estrangeiros para nós mesmos. Rocco.
Magnabosco, M. M. (2002). As (des)corporificações do eu nas fronteiras do exilo. In Ravetti, G.; Arbex, M. Performance, exílio e fronteira: errâncias, territoriais e textuais. Poslit.
Martins, L. (2002). Performances no tempo espiralar. In Ravetti, G.; Arbex, M.
Performance, exílio e fronteira: errâncias, territoriais e textuais. Poslit.
Mbembe, A. (2016). Necropolítica. Revista Arte & Ensaios. N. 32, dez. Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Mbembe, A. (2017). Tempo em movimento. Contracampo: Brazilian Journal of Communication. Vol. 36, n° 3. Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal Flumiense.
OIM, Organização Internacional para Migrações. (2016). Fatal Journeys, volume 2: Identification and tracing of dead and missing migrants. Edição Tara Brian, Frank Laczko, OIM.
OIM, Organização Internacional para Migrações. (2019) Fatal Journeys, volume 4: Missing Migrant Children. Edição Frank Laczko, Julia Black, Ann Singleton, OIM.
Resende, F. (2020). Geographies of the South: unfolding experiences and narrative territorialities. In: Amanshauser, H., Bradley, K. (eds.). Navigating the Planetary. Vienna: Verlag für moderne Kunst.
Resende, F., Thies, S. (2017). Temporalidades enredadas no Sul Global. In: Contracampo: Brazilian Journal of Communication/PPGCOM-UFF. Vol. 36, n. 3, 2017.
Resende, F., Iqani, M. (2019). Theorizing media in and across the global south: narrative as territory, culture as flow. In: Rezende, F., Iqani, M. (Org.), Media and the Global South. Routledge.
Rosa, A. (2019). Imagens que pairam: A fantasmagoria das imagens em circulação. Revista Famecos: Mídia, Cultura e Tecnologia. v. 26 n. 2.Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
Santos, M. (2004). Por uma geografia nova: da crítica da Geografia a uma Geografia crítica. Edusp.
Schiocchet, L. (2013). Palestinidade: resistência, tempo e ritual no campo de refugiados palestinos Al-Jalil, Líbano. ANTROPOLÍTICA, Niterói, n. 35, p. 77-99, 2. sem.Programas de Pós-graduação em Antropologia da Universidade Federal Fluminense
Sontag, S. (2003). Diante da dor dos outros. Companhia das Letras.
Wright, E. (13 de setembro de 2017). “The Rohingya Alan Kurdi’: Will the world take notice now? CNN. https://edition.cnn.com/2017/01/03/asia/myanmar-alan-kurdi/index.html