Esquecer Larrosa. Orientações pós-ocidentais para ler a modernidade

Conteúdo do artigo principal

Rodrigo Matos-de-Souza
https://orcid.org/0000-0002-8788-4966

Resumo

Partindo dos movimentos de recusa da centralidade europeia na produção de conhecimento e compreendendo o eurocentrismo como um fundamentalismo que não tolera nem aceita a existência de outras epistemes, este ensaio se propõe a desenvolver uma provocação a este horizonte epistemológico tomando como objeto de controvérsia a noção de experiência expressa por Jorge Larrosa, que, poeticamente, nos provoca a identificar a experiência como o que nos toca enquanto elemento de transformação, mas, ao mesmo tempo, opera a interdição do próprio fenômeno, ao dizer do que ele não pode ser. A partir desse movimento, desenvolvo argumentos que questionam o conceito de experiência apresentado pelo autor. Como conclusão, discuto como as interdições apresentadas à experiência são antes representações de concepções modernas, que tomam o outro como impossibilidade.

Referências

Augé, M. (1998). Las formas del Olvido. Barcelona, España: Gedisa.

Bataille, G. (2013). O Erotismo. Belo Horizonte, Brasil: Autêntica.

Baudrillard, J. (1984). Esquecer Foucault. Rio de Janeiro, Brasil: Rocco.

Benjamin, W. (1994). Magia e Técnica, Arte e Política: Ensaios sobre Literatura e História da Cultura. São Paulo, Brasil: Brasiliense.

Bernardino-Costa, J., Maldonado-Torres, N., Grosfoguel, R. (2023). Introdução: Decolonialidade e Pensamento Afrodiaspórico. In Bernardino-Costa, J., Maldonado-Torres, N., Grosfoguel, R. Decolonialidade e Pensamento Afrodiaspórico. (pp. 9-26). Belo Horizonte, Brasil: Autêntica.

Bispo dos Santos, A. (2023). A terra dá, a terra quer. São Paulo, Brasil: UBU/Piseagrama.

Bona, D. T. (2020) Cosmopoéticas do refúgio. Florianópolis, Brasil: Cultura e Barbárie.

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Capes (2023). Brasil publicou quase 157 mil artigos em 2023 [página web]. https://www.gov.br/capes/pt-br/assuntos/noticias/brasil-publicou-quase-157-mil-artigos-em-2023.

Canetti, E. (2011). Massa e Poder. São Paulo, Brasil: Companhia das Letras.

Césaire, A. (2017). Discurso sobre o Colonialismo. Florianópolis, Brasil: Letras Contemporâneas.

Colin, P. & Quiroz, L. (2023). Pensées Décoloniales. Unes introduction aux théories critiques d’Amerique Latine. Praris, França: La Découverte.

Cusicanqui, S.R. (2010). Ch’ixinakax Utxiwa. Una reflexión sobre prácticas y discursos descolonizadores. Bueno Aires, Argentina: Tinta Limón.

Cusicanqui, S. R. (2018). Un mundo ch’ixi es posible. Ensayos desde un presente em crisis. Buenos Aires, Argentina: Tinta Limón.

Descola, P. (2021). Outras naturezas, outras culturas. São Paulo, Brasil: Editora 34.

Didi-Huberman, G. (2014). Sobrevivência dos vaga-lumes. Belo Horizonte, Brasil: Editora UFMG.

Dussel, E. (2016). Transmodernidade e interculturalidade: interpretação a partir da filosofia da libertação. Sociedade E Estado, 31(1), 51–73. https://doi.org/10.1590/S0102-69922016000100004

Gagnebin, J. M. (2009). Lembrar Escrever Esquecer. São Paulo, Brasil: Editora 23.

Graeber, D. (2022). Trabalhos de Merda: uma Teoria. Lisboa, Portugal: Edições 70.

Grosfoguel, R. Entrevista Concedida a Doris Lamus Canavate. Tabula Rasa. Bogotá - Colombia, No.7: 323-340, julio-diciembre, 2007. http://www.revistatabularasa.org/numero-7/grosfoguel.pdf

Heidegger, M. (2003). A Caminho da Linguagem. Petrópolis, Brasil: Vozes/Editora Universitária São Francisco.

ITU. (2024). Facts and figures 2022. ITU Telecommunication Development Bureau. https://www.itu.int/itu-d/reports/statistics/facts-figures-2022/index/

Jay, M. (2009). Cantos de experiencia. Variaciones modernas sobre un tema universal. Cidade do México, México: Paidós.

Kessal-Wulf, S. (2022). Fatos alternativos, fake news, discurso de ódio: Liberdade de expressão?. Direito Em Movimento, 20(2), 267–284. https://ojs.emerj.com.br/index.php/direitoemmovimento/article/view/458.

Krenak, A. (2021). De mal a pior. In Silva Filho, W. J. (Org.). Tolerência Intolerante. De mal a pior. Salvador, Brasil: Edufba.

Larrosa, J. (2002). Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Revista Brasileira De Educação, (19), 20–28. https://doi.org/10.1590/S1413-24782002000100003.

Larrosa, J. (2015). Tremores: escritos sobre experiência. Belo Horizonte, Brasil: Autêntica.

Matos-de-Souza, R. (2022a). A desobediência epistemológica da pesquisa (auto)biográfica: outros tempos, outras narrativas e outra universidade. Revista UFG, 22(28). https://doi.org/10.5216/revufg.v22.72988

Matos-de-Souza, R. (2022b). A memória como lugar da cultura. Esferas, 1(25), 490 - 509. https://doi.org/10.31501/esf.v1i25.14064.

Matos-de-Souza, R. (2022c). Consideraciones sobre el tiempo del acontecimiento y el pensamiento-performance: Žižek y Agamben ante la pandemia. In González, G. C. V & Sanchéz, L. M. (Eds.) Acontecimientos – Subjetividades – Políticas – Tensiones en la vida colectiva: Claves de lectura educativa. (pp. 11-37). Editorial Unimeta. http://editorial.unimeta.edu.co/pdfs/Book_Acontecimientos_subjetividades_web.pdf.

Mbembe, A. (2016). Politiques de l’inimitié. Paris, França: La Découverte.

Mbembe, A. (2018). Crítica da Razão Negra. São Paulo: n-1 Edições.

Mendoza, B. (2023). Colonialidade, Género y Democracia. Ciudad de México: Akal.

Rodrigues, M.A.A. (2017). Autobiogeografia como metodologia decolonial. In Paraguai, L.A., Sogabe, M. T., Almozara, P. C. S., Ribeiro, R. A. S. Anais do XXVI Encontro da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas: Memórias e inventações. (p. 3148-3163). ANPAP. https://anpap.org.br/anais/2017/PDF/PA/26encontro______RODRIGUES_Manoela_dos_Anjos_Afonso.pdf

Rueda, E. A. (2022). Orígenes y trayectorias de la humanidad:narraciones originarias y emancipación. In: Ruesa, E.A, Larrea, A. M., Castro, A., Bonilla, O. Rueda, N. & Guzmán, C. Retornar al origen. Narrativas ancestrales sobre humanidad, tiempo y mundo (pp. 17-22). Buenos Aires, Argentina: Clacso.

Rufer, M. (2023). La colonialidad e sus nombres: conceptos clave. Buenos Aires, Argentina: CLACSO/Siglo XXI ediciones.

Said, E. W. (2014). Dans l’ombre de l’occidente. Paris, França: Payot

Sahlins, M. (2004). Esperando Foucault, Ainda. São Paulo, Brasil: Cosac Naify.

Standing, G (2017). O Precariado: a nova classse perigosa. Belo Horizonte, Brasil: Autêntica.

United Nations – UN. (2022). Crescimento da internet desacelera e 2,7 bilhões ficam fora da rede. https://news.un.org/pt/story/2022/09/1801381.

United Nations Human Settlements Programme – UN-Habitat. (2022). World Cities Report 2022. Envisaging the Future of Cities. https://unhabitat.org/sites/default/files/2022/06/wcr_2022.pdf.

Veiga-Neto, A., & Rech, T. L.. (2014). Esquecer Foucault?. Pro-posições, 25(2), 67–82. https://doi.org/10.1590/S0103-73072014000200004