O projeto de modernidade e a exclusão do diferente
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Resumo
Neste artigo, pretendemos refletir sobre como o projeto de modernidade imposto ao nosso continente desde o final do século XV carrega em si uma rede de práticas que excluem e fragmentam tanto o ser humano quanto a natureza, bem como saberes e modos de conceber o mundo ou mundos.
Baseia-se nas teses de Enrique Dussel, por exemplo, a do mito da civilização ocidental que explica, através de sete pontos, como esse projeto gera vítimas e sacrifícios que ele chama de "bárbaros", entre outros aspectos.
Por outro lado, menciona-se como esse projeto hegemônico "inventou" o que chamou de América e, a partir de então, impôs-se um modo de ser-fazer-ser-relacionar-viver/no mundo, uma situação que continua no século 21, como produto da colonialidade, componente essencial desse projeto, sua "face oculta".
Da mesma forma, analisa-se como o projeto moderno coloca natureza e cultura como dois antagonistas, ou seja, o primeiro como um bárbaro que deve ser dominado, e o segundo como um produto do espírito humano que deve dobrar a natureza. Assim, ele contrasta as categorias de corpo – alma, inferior – superior, justificando o exercício de a violência colonial do poder.
Trata-se de um artigo de reflexão desenvolvido no âmbito de uma tese de doutorado sobre educação; Por fim, considera-se a importância de repreender os discursos hegemônicos/modernos, a fim de sair da matriz euro-americanêntrica e alcançar a construção de outras formações que partam do olhar genuíno dos povos, de seus contextos e memórias.
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